Atuação da Terapia Ocupacional no âmbito da saúde mental
O profissional deve estar ciente da história clínica e social do paciente. Dependendo do público a ser atendido, as áreas de desempenho do indivíduo podem estar todas comprometidas. A pessoa pode não conseguir fazer nada por si própria ou permanecer ocupada com uma atividade motora excessiva sem propósito.
Ao trabalhar com pessoas com transtornos mentais, o profissional precisa considerar o retardo psicomotor que lentifica as funções motoras e cognitivas. Pode-se fornecer orientações de uma maneira simples, com uma só etapa, e permitir tempo suficiente para que a pessoa responda. Deve-se atentar ao tempo necessário para a integração cognitiva da informação pelo paciente e sua resposta verbal.
O retardo psicomotor modifica a atuação social. As pessoas deprimidas tornam-se isoladas e podem não conseguir solicitar ajuda. Sempre há o risco de suicídio na depressão.
A atividade deve ser graduada às características do indivíduo (suas habilidades) de maneira a estimular sua participação. As AVD, muitas vezes, são negligenciadas, sendo importante atuar junto ao paciente buscando maneiras de favorecer e incentivar a realização dessas atividades.
Os pacientes com sintomas maníacos podem ser perigosos para si próprios, descuidados, podendo provocar autolesão. Não se deve estimular atividades excessivas nesses casos, porque eles são incapazes de reconhecer sua própria exaustão física.
Quando há remissão dos sintomas, o terapeuta ocupacional pode abordar os padrões de vida cotidiana para avaliar, com o cliente, sua rotina e seus hábitos identificando os fatores estressores que podem precipitar futuras recidivas.
Quando o indivíduo consegue ter uma boa capacidade de concentração pode-se procurar desenvolver habilidades ocupacionais (aprender a controlar o tempo, lidar com os afazeres domésticos e com as responsabilidades na rotina familiar) que, muitas vezes, foram prejudicadas pelo transtorno.
Fonte: WARD, Judith D. Distúrbio Psicossocial em Adultos. In: NEISTADT, M; CREPEAU, E. B. WILLARD & Spackman. Terapia Ocupacional. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara – Koogan, 2002. cap 40. p. 670-692.
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